Depois de morar em Puerto Escondido, no México, o fotógrafo carioca Diogo d’Orey se mudou para a Indonésia, onde foi cobrir o outro lado do mundo de dentro d’água. Agora, você confere sua estreia como colaborador da Layback com um material raro: Padang-Padang, o “ouro da Indonésia”, funcionando em um fim de tarde com altos tubos.
Padang-Padang é um dos lugares mais mágicos de Bali. E quando falo de Padang, não me refiro somente à onda. Chegando ao pico, desde a escadinha que passa por dentro de uma caverna, dando acesso à praia, você já começa a sentir que esse é um lugar diferenciado. O fato de você não conseguir ver a onda da areia da praia, agrega mais magia ao lugar. Cada metro quadrado é bem ocupado, uma mistura de Posto 9 de Ipanema com Praia Mole, só que, ao invés de brasileiras gostosas e fundo de areia, o que você encontra são mulheres de todos os cantos do mundo e uma bancada escondida atrás do morro, com uma esquerda tubular de duas sessões impressionantes.
Assim como a praia, a onda é bem crowdeada. Surfistas de todo o mundo tentam a sorte na sua bancada afiada. A vibe dentro d’agua é intensa, já que a onda quase nunca funciona. Para você ter uma ideia, estou na Indonésia desde de abril e vi Padang rolando somente meia dúzia de vezes. Mas quando rola, é inesquecível.
Há duas semanas atrás, com um swell bem grande que atingiu a costa Balinesa, tive o prazer de fotografar um final de tarde exepcional por lá. Dentro d’agua, o time do Brasil estava muito bem representado: Rodrigo Baby, Costinha, Cleyton Nunes, Fernando Novaes, Renato Pig, Jefferson Silva, Diego Santos e Marcelo Trekinho. Os caras fizeram bonito, sempre passando por dentro nas melhores séries da tarde. O françes Hugues Oyarzabal também pegou algumas boas, sempre filmando tudo com sua GoPro na mão.
Padang é o ouro. É Pipeline de Bali, a onda que todos respeitam e querem surfar. Moro ao lado do pico e passei seis meses esperando a onda quebrar.
A onda é sem dúvida uma das mais pesadas e perigosas da Indonésia. Se você sai de uma onda e toma a próxima na cabeça, já estará na bancada sendo arrastado. Sempre tem uns caras saindo cortados, sem dentes, etc. Mas todas as vezes que quebrou enquanto estive aqui, eu estava dentro d’água. Dessa vez, fiquei o dia inteiro esperando a maré certa e o auge do swell. Acabou que tudo se acertou no final de tarde. Antes, já tinha passado em Uluwatu e vi que o mar estava com um tamanho. E, como Padang só quebra quando Uluwatu está bem grande, essa foi a minha aposta.
Chegando lá, o Akiwas já estava dentro d’água filmando, além do fotógrafo Éverton Luis. Por questão de respeito, passei deles e me posicionei embaixo do pico. Assim, não ficava na frente dos caras e nem no rabo da segunda sessão. A vibe dentro d’água era essa: respeito entre os fotógrafos, galera brasileira no pico puxando o nível, botando pra dentro no que viesse… Pena que não estava grandão, mas aqui na Indo só fica grande mesmo quando acontece um Tsunami.
O céu foi escurecendo e o mar melhorando. A melhor hora acabou sendo bem no fim da tarde e, mesmo com pouca luz e o sol se pondo atrás das ondas, deu pra fazer render essas fotos. No final, saí da água tão feliz que sentei na praia pra comemorar tomando umas Bintangs!
Se você ficou curioso quanto às filmagens da GoPro do francês Hugues Oyarzabal, aqui vai um aperitivo: