No segundo dia de O’Neill Coldwater Classic, em Steamer Lane, Santa Cruz, Kelly Slater enfrentou o havaiano Dusty Payne pelo Round 3 e, apesar de dominar a bateria inteira, nos segundos finais – assim como na bateria de Gabriel Medina contra Taylor Knox, pelo Round 2 – um aéreo incrível foi tirado da cartola de Dusty Payne, explodindo a plateia presente na “arena” de Steamer Lane e criando grandes expectativas, principalmente para o atual líder do ranking mundial Joel Parkinson.
Precisando de 9.34 para virar em cima de Kelly, a decisão ficou na mão dos juízes após o soar da buzina. Apesar dos seguidos pedidos dos comentaristas Brad Gerlach e Ronnie Blakey por um replay no webcast, o aéreo não foi mostrado novamente e a nota saiu na seguida, mais rápido do que se esperava.
A imediata comparação com aquele aéreo de Medina (marca de 1:05 do vídeo), que valeu 9.53, foi inevitável, com Brad Gerlach chegando a dizer que o aéreo de Dusty teria sido uma das melhores manobras da competição. O havaiano foi visto acertando alguns como esse no filme de Kai Neville Lost Atlas: um aéreo reverse de front, invertidíssimo, projetado pra frente e aterrisado de bico no flat da onda (marca de 3:26 do vídeo). Porém, o placar de 8.27 não foi suficiente para a virada, e garantiu Kelly Slater no Round 4 e no páreo pelo título mundial.
Assim como na final do Rip Curl Pro Portugal, em que Julian Wilson virou em cima de Gabriel Medina nos últimos instantes da final, a polêmica estava lançada e, pelo Instagram, a revista australiana Stab Magazine soltou a foto do aéreo, que resultou em – além de diversos ataques à ASP – comentários de Kelly Slater em pessoa:
@kellyslater: Eu concordo que foi um aéreo irado. Invertido, 180 caindo de nose no flat. Eu achei que ele fosse conseguir [a nota] mas uma única manobra em uma onda de pointbreak provavelmente deveria ter o máximo de 8 pts (sim, para o Medina e para mim e para todo mundo também). Esses comentários são hilários. Acho que a maioria de australianos, certo?
@kellyslater: Depois de assistir novamente a bateria, eu achei que ganhei em duas ondas, mas o aéreo do Dusty foi mal julgado. Foi por pouco de qualquer forma. Como foi em Bells. Os juízes deram uma nota muito alta para o meu aéreo (10) mas também deram uma nota muito alta para a primeira onda de Mick (9.1) para servir de referência.
@kellyslater: A nota de Dusty foi baixa em relação à escala do dia. Únicas manobras recebendo notas enormes em pointbreaks é algo que deveria ser reavaliado.
Convencido? Para rever as baterias do O’Neill Coldwater Classic 2012, acesse o Heat Analyzer do campeonato.