A sinopse do filme já dá uma boa ideia do que vem a seguir:
“Quando Thomas Rittscher construiu uma prancha havaiana no quintal da sua casa, em 1935, não imaginava que deslizar sobre as ondas seria um dos esportes mais praticados no Brasil e no mundo. ‘Tábua Santista’ conta a história da primeira prancha de surfe do Brasil, por meio de uma réplica da prancha pioneira construída por três amigos santistas, 80 anos depois que os irmãos Rittscher surfaram pela primeira vez em Santos, marcando o início do surfe no País.”
Fiz este documentário como TCC na faculdade de Jornalismo. Sempre quis fazer algo sobre este tema e a tese de conclusão do curso foi a desculpa perfeita para entrar de cabeça nessa história.
Contei com um grupo de pessoas dedicadas que toparam contar essa história e transformar tudo em um documentário. Meus colegas de grupo e meu irmão, que é filmmaker e aceitou participar da produção, foram fundamentais para que este filme se tornasse realidade.
A ideia do documentário é acima de tudo contar uma das histórias sobre o início do surfe no nosso País. Durante a pesquisa para concretização do roteiro desse filme passamos a conhecer diversas histórias que também fazem parte do estopim inicial do esporte no Brasil. Mas decidimos seguir pela vertente que está melhor amparada pelos fatos e depoimentos de diversas fontes diferentes. Algo importante para um trabalho jornalístico.
De qualquer maneira, o filme foi realizado com o intuito de difundir nossa cultura de surfe e levantar fatos importantes que contribuíram para o estabelecimento do esporte em águas brasileiras. Thommas e Margot Rittscher, assim como Osmar Gonçalves, Jua Haffers e Julio Puls formam a primeira geração de surfistas do Brasil.
Eles e outros têm grande importância na História do surfe brasileiro. Tábua Santista é acima de tudo uma homenagem aos pioneiros e a arte de deslizar sobre as ondas.
Emprestando as palavras do professor Marcus Vinicius Batista, “recontar a história da primeira prancha está acima de se prender aos fatos ou às polêmicas sobre os donos do pioneirismo. A primeira prancha é o Santo Graal de uma cultura litorânea, capaz de explicar o relacionamento quase religioso com o mar, e muitas vezes relegada aos guetos e à ilusória segmentação diminutiva. O filme esbarra, numa interpretação livre, no totem que todos precisamos preservar. A ausência de ondas, em termos simbólicos, nos aponta que não precisamos saber surfar. Não precisamos deslizar sobre pranchas para compreender que esta cultura também nos faz ratos de praia. Thomas ou Osmar, santistas ou cariocas, prancha de madeira ou de resina, o surf é uma ferramenta cultural tão sólida e pesada quanto o protótipo número zero.”
– Junior Faria