Pela primeira vez na América do Sul, e com três shows no Brasil entre os dias 28, 29 e 30 de julho, em Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), os poloneses do Belzebong desceram aos Trópicos para apreciar o verde e destilar riffs. Em quase 10 anos de carreira, o quarteto tem dois álbuns lançados, instrumentais, que de tão impactantes e consistentes já
elevaram a banda ao posto de linha de frente do stoner doom na Europa. Não à toa, estão sempre na estrada com muito peso e fumaça. Confira o papo que o jornalista Erick Tedesco fez com os caras sobre stoner, Black Sabbath, maconha e bong.
“O Poder do Riff nos Fortalece”
Por Erick Tedesco (Abraxas)
Primeira vez no Brasil, a primeira vez na América do Sul, num momento em que o gênero stoner doom ganha evidência por aqui. Fale um pouco da trajetória do Belzebong na cena da música pesada europeia e a relação de vocês com o estilo musical que divulgam.
Belzebong – Pode crer, estamos contentes em estar na América do Sul, cara. Acredito que é o ambiente perfeito para o Belzebong aumentar o culto à fumaça e adoradores de riffs. O stoner doom também está crescendo na Europa. A cena tem muitas bandas, festivais e produtores, especialmente no oeste do continente, no entanto, ainda é um nicho se comparado a outros estilos da música pesada. Não tenho muito a dizer sobre a carreira da banda, fazemos alguns shows aqui e ali, está ótimo!
Confesso a vocês a minha dificuldade em explicar como o Belzebong está relacionado a questões canábicas, afinal, nada disso é transmitido verbalmente, já que fazem parte de uma banda instrumental. No entanto, claro, sabemos que a música não se resume a palavras e o Belzebong tem um conceito visual impactante, forte. Quão importante é a cultura da maconha para a banda?
Belzebong – É um poço de inspiração para a banda, para a nossa música, então é algo realmente importante. É uma parte relevante da identidade do Belzebong e afeta nossas habilidades hahaha. Não participamos de movimentos, não somos ativistas da maconha ou qualquer coisa do tipo, ao menos não conscientemente, apenas fazemos as coisas do jeito que consideramos legal para nós. Paz!
Certa vez vocês disseram em uma entrevista que Black Sabbath é a principal influência do Belzebong. Qual álbum do Sabbath vocês mais gostam?
Belzebong – Sim, respondemos, mesmo, que era Black Sabbath e maconha hahaha. Claro, é só uma piada. Amamos Black Sabbath, mas dificilmente conseguimos ser inspirados por uma única banda ou um único álbum. Somos influenciados por diversas bandas que se inspiraram em Black Sabbath, é um ciclo. Diria que meu álbum favorito do Sabbath é o “Master of Reality”. É um puta álbum de stoner, cara! Aquela intro fodida, te deixa no grau para aquela primeira puxada no bong, e aí a coisa fica realmente pesada, amo isso!
Músicas de um futuro novo álbum poderão ser apreciadas pelo público dos shows no Brasil?
Belzebong – Ainda trabalhamos neste novo material, então considero desnecessário tocar algo que pode ser alterado até a gravação do álbum. Como é nossa primeira vez por aí, vamos tocar os clássicos!
Vocês consideram a música “Bong Thrower” uma espécie de hino, uma música vital para cada apresentação do Belzebong?
Belzebong – Com certeza, cara! “Bong Thrower” é a primeira composição do Belzebong e funciona como um tributo ao gênero musical. Tocamos ela há quase 10 anos e ainda nos divertimos em executá-la ao vivo. Além disso, é uma ótima música para introduzir o Belzebong à plateia e dar a letra da vibe para o restante do show. Às vezes a música pode ser tocada mais lenta do que a versão original do disco, depende da quantidade de maconha que consumimos antes da apresentação.
Como a força de um riff impacta a banda e como ainda se mantém como um elemento relevante para seguir em frente?
Belzebong – O poder do riff nos fortalece!
E aí, o místico bong que deu origem à banda está com vocês aqui na turnê pela América do Sul?
Belzebong – Sem chances, cara! O bong já era! Foi despedaçado em milhões de pedaços no dia em que a banda nasceu, libertando o demônio da sabedoria neste mundo de merda!
Nos shows de São Paulo e Rio de Janeiro o Belzebong se apresenta pela festa Doom Nation em parceria com a Produtora Abraxas, e os ingressos do primeiro lote da edição paulista já estão esgotados. Maiores informações:
- 28/07 – Belo Horizonte/BH – Stonehenge Rock Bar com Ruínas de Sade e Letters From
- 29/07 – São Paulo/SP – Doom Nation no Feeling Music Bar com Saturndust e Ruínas de Sade
- 30/07 – Rio de Janeiro/RJ – Doom Nation no La Esquina com Baphomaster e Ruínas de Sade
O som do Belzebong e de outros nomes do stoner e doom rock você escuta todas as terças, quintas e sábados na Sessão Volcom, às 16h em Layback.FM.