Planet Hemp no Circo Voador
Marcelo D2, BNegão, Rafael, Formigão e Pedrinho subiram ao palco novamente depois de um hiato de 10 anos para revisitar o disco "Usuário", de 1995, no Circo Voador. Mas o Planet havia reservado muito mais que isso para aquela noite... Fotos: Marcos Myara
Após a apresentação da banda por Gil Brother, o Away de Petrópolis, com um discurso hilário em prol da "lengalização" da maconha, "Não Compre, Plante / Legalize Já" deu início ao 1º ato da noite: "Usuário".
O show, que teve início à 00:30h foi dividido em 3 atos, um para cada álbum da banda. BNegão e Rafael Crespo.
Marcelo D2 e Pedrinho na bateria. Segundo D2, esse foi o show mais ensaiado da história da banda, com mais ou menos quatro ensaios. Mas a verdade é que a banda estava cravada e praticamente com a sonoridade do jeito que foi deixada há uma decada atrás.
Depois de 10 anos longe dos palcos, a banda está tocando mais do que nunca. Com o som mais seco, principalmente pela falta do DJ Zé Gonzales nas pick-ups, o Planet não deixou nada a desejar no que diz respeito à pressão e volume de som.
Se você estava lá nesse dia, seu conceito de "Circo Voador lotado" provavelmente foi revisto.
Como parte das comemorações de 30 anos do Circo, uma exposição de fotos e vídeos de shows acontecia do lado de fora da lona.
Quase vinte anos após o surgimento da banda no início dos anos 90, os ideais do Planet nunca foram tão pertinentes. Hoje há um esclarecimento muito maior – apesar de ainda não suficiente – sobre a importância da discriminalização do uso da maconha.
Com a formação mais enxuta e nenhuma participação especial durante o show, o Planet Hemp se apresentou como uma banda mais hardcore do que o de costume...
... Mas como ninguém mais é garoto, a cadeira e a cervejinha de Marcelo D2 foi algo essencial para recuperar o fôlego durante a apresentação.
O merchandising da banda inclui o primeiro disco "Usuário", de 1995, em uma reedição em vinil de 180 gramas.
Foram várias opções de audio e vídeo para quem visitou a exposição de 30 anos do Circo Voador.
Rafael, sempre com uma contida presença de palco, bem diferente do som saindo de seus amplificadores.
"Zerovinteum" marcou o início do 2º ato da noite, revisitando o segundo disco da banda "Os cães ladram mas a caravana não pára", que teve direito a um breve solo de bateria no estilo John Bonham como introdução de "Adoled".
No 3º ato, as sirenes foram ligadas e "Ex-quadrilha da Fumaça" levantou o público com o verso mais apropriado para a situação: "Adivinha doutor quem tá de volta na praça?!".
"Invasão do Sagaz Homem Fumaça" foi o último disco de estúdio do Planet, de 2000. BNegão e D2, uma reunião que demorou até demais para acontecer, devido a conflitos internos do passado.
Depois do 3º ato, a missão estava cumprida e aí veio o "lucro", como disse o próprio Marcelo D2. Chico Science foi homenageado no telão durante a performance de "Samba Makossa".
"Mantenha o Respeito" e "A Culpa É de Quem?" também vieram no bônus.
Depois, o bis foi um resumo dos dois primeiros atos em uma espécie de Medley seguido de "Legalize Já!" e "Dig Dig Dig (Hempa)" retocadas na íntegra.
As aparições especiais de BNegão em shows do Circo Voador são frequentes, mas nada se iguala a essa ocasião.
Foram duas horas de som no talo, moshes do palco, rodinhas incansáveis na área central da lona e a banda finalmente encerrava a noite.
Missão cumprida. Desde a última vez que essa galera pisou em um palco, o Planet se manteve como a banda de rock de maior importância na música brasileira. Agora a turne passa por mais oito cidades até voltar para o Rio. Até lá!