2011 foi um ano de swells generosos no Pacífico Sul. Fizemos um aquecimento para o que vem por aí na temporada havaiana, relembrando as grandes ondulações do Chile, Fiji, México, Peru e Taiti. Nesta foto: O maior swell já visto em uma competição em Punta de Lobos, no Chile, fez a alegria de competidores como o franco brasileiro Eric Rebiere. Foto: Escobar / BWWT.
Maior conhecedor do pico chileno, o local Ramon Navarro deu show ao descer cavando em algumas das maiores do dia durante a etapa do Big Wave World Tour em Punta de Lobos. Foto: Escobar / BWWT.
Fazer um drop no ar, em uma onda com mais de 20 pés, não é tarefa para qualquer surfista. Nesta, Cristian Merello no take-off. Foto: Escobar / BWWT.
O peruano Gabriel Villaran é mais um dos maiores expoentes da nova safra sul-americana de big riders. Foto: Escobar / BWWT.
Frank Solomon literalmente ladeira abaixo em Pichilemu. Foto: Deheeckere / BWWT.
Após completar o drop insano, Frank Solomon foi engolido pela montanha d'água em Punta de Lobos. Foto: Deheeckere / BWWT.
Ramon Navarro em mais um dos vários momentos espetaculares que protagonizou durante o evento em casa. Foto: Pedro Fortes.
Um dos mais técnicos e completos big riders da atualidade, o californiano Greg Long foi ao Chile competir pelo BWWT e desfrutar de um swell de gala em Pichilemu. Foto: Escobar / BWWT.
Dominar uma prancha com mais de 10 pés em uma cavada mostruosa, é um desafio destinado apenas aos mais destemidos e insanos surfistas, como Ramon Navarro. Foto: Escobar / BWWT.
O grande campeão da primeira etapa do Big Wave World Tour no Chile, Marcos Monteiro, botando pra baixo rumo à primeira vitória verde e amarela em uma etapa do circuito. Foto: Escobar / BWWT,
No melhor swell da história de Cloubreak, momentos como esse drop executado com perfeição por Alex Gray se repetiram durante três dias épicos em Fiji. Foto: Bruno Smith
Um dos destaques neste swell, Ryan Hipwood parecia mais do que à vontade no pico que só foi aberto ao público este ano, depois que o Tavarua Resort perdeu os direitos exclusivos de usufruir da onda como atração turística. Foto: Bruno Smith.
Ele esteve presente nos melhores swells da temporada do Pacífico Sul, e pegou algumas das melhores ondas do ano. Bruce Irons e a "Big Red", emprestada por Nathan Fletcher, em Cloudbreak. Foto: Bruno Smith
Os tubos largos das esquerdas de Tavarua deixaram Nick Vasicek extasiado durante o swell de gala. Foto: Bruno Smith
Perfeição máxima! Com tubos grandes, lisos e criatalinos, este está sendo considerado o melhor swell de 2011 no planeta. Tanner Gudauskas marcou presença. Foto; Bruno Smith
O californiano Alex Gray vem sendo cada vez mais uma figurinha carimbada nos maiores swells ao redor do mundo. Tubos como este se tornaram sua especialidade. Foto: Bruno Smith.
Mesmo com toda a perfeicão, as bombas que chegaram aos 18 pés em Cloudbreak podem ser traiçoeiras e quebrar bem rápido em cima de quem não conseguir fazer um bottom turn rápido e preciso, Nesta, o havaiano Reef Mcintosh sabe o momento certo de cavar e jogar pra dentro. Foto: Bruno Smith
Acontece até com os melhores do mundo. Tendo abandonado a etapa sul-africana do WT para dedicar-se exclusivamente as ondas de Fij, Kelly Slater, de backside, não conseguiu cavar a tempo nessa onda e sentiu na pele a pressão de Cloudbreak. Foto: Bruno Smith
O insano havaiano Mark Healey não podia deixar de estar por lá, sempre sendo fotografado nas situações mais cabulosas. Foto: Bruno Smith.
Esta onda de Adam Desposito foi, sem dúvidas, uma das maiores do dia do campeonato Coco Nogales Mexican Pipe Invitational, realizado no maior dia da temporada mexicana deste ano em Puerto Escondido. Foto: Bidu.
Botar pra baixo e cavar com essa tranquilidade em uma bomba fechadeira no fundo de areia, não é para qualquer um. Apenas locais sinistros como Oscar Moncada se dão ao luxo de arriscado o pescoço desta forma. Por isso mesmo, Oscar saiu com o primeiro lugar do campeonato de Coco Nogales aquele dia. Foto: Bidu
Fundo de areia, água quente, com ondas pesadas e perfeitas, só Puerto Escondido pode oferecer. Timmy Reyes agradece. Foto: Bidu.
Enquanto muitos marmanjos puxam o bico e sequer entram no mar, a norte-americana Savannah Shaughnessy dropava no limite em Puerto. Foto: Bidu
O que esperar de um wipeout em uma morra de mais de 12 pés em um beach break? O local Will com certeza sabe bem. Foto: Bidu.
Calejado após várias temporadas em Puerto Escondido, Felipe Cesarano já é considerado um dos melhores brasileiros quando o mar sobe de verdade no Mexican Pipeline. Gordo só parou na grande final do campeoanto de Coco. Foto: Bidu.
O local conhecedor dos caminhos de Pico Alto, Sebastian de Romana, fazendo um drop no limite durante a segunda etapa do Big Wave World Tour 2011. Foto: Rommel Gonzales / BWWT.
O peso das ondas de Pico Alto durante o grande swell no Pacífico Sul impressionou até aos gringos mais experientes. Nesta: Nick Lamb segurando a pressão. Foto: Piero Marotta / BWWT.
Gordo testando os limites da "onda fácil" de Pico Alto. Foto: Piero Marotta / BWWT.
Local de Portugal e residente na Califórnia, João de Macedo se atirou em Pico Alto e foi destaque durante o campeonato. Foto: Piero Marotta / BWWT.
Atual campeão mundial do BWWT, o havaiano Jamie Sterling adora as ondas do Pacífico Sul. Foto: Rommel Gonzales / BWWT.
O experiente californiano Peter Mel venceu com todos os méritos em Pico Alto. Foto: Rommel Gonzales / BWWT.
Para quem ainda acredita que as ondas de Pico Alto são fáceis, preste bastante atenção no lip da bomba nesta foto. Foto: Piero Marotta / BWWT.
O dia em que a comunidade mundial do surf parou para assistir do line-up e pelo webcast ao vivo, ao redor do mundo inteiro, o espetáculo em Teahupoo. Foto: tim-mckenna.com / Surfline
A onda mais comentada da bomba no Taiti, rendeu ao charger norte-americano Nathan Fletcher capas nas maiores revistas de surf do mundo, com todos os méritos. Foto: tim-mckenna.com / Surfline
Teahupoo em condições assustadoras. Pela primeira vez na história do pico, um alerta vermelho foi dado, por conta da ondulação de oeste que formava um double-up fechando as morras rapidamente e sugando toda a água do reef, o que tornava quase impossível sair ileso de um destes tubos. Foto: tim-mckenna.com / Surfline
Depois de passou a dedicar a sua vida à caça de grandes swells mundo a fora, Gordo foi recompensado com uma das ondas mais espetaculares do mega swell em Teahupoo. Foto: Robbo / ASP
Apesar de não conseguir entrar na etapa do World Tour, para defender o título que até então pertencia a seu irmão Andy, Bruce Irons fez uma demonstração de atitude "Go For It" durante a histórica sessão de tow-in e protagonizou momentos que com certeza o deixaria muito orgulhoso. Foto: Kirstin / ASP
A espessura do lip, sobre a rasa bancada de Teahupoo, impressiona qualquer um que sabe bem dos perigos que esses insanos surfistas desafiaram neste dia histórico. Foto: Robbo / ASP
O aussie Koby Abberton esteve no Taiti exclusivamente para surfar esse dia de gala em Teahupoo e fez dupla com Bruce Irons, puxando-o em algumas das mais insanas do dia. Foto: Kirstin / ASP
Everaldo Pato é frequentador assíduo dos maiores swells de Teahupo, e mostrou neste dia épico que o conhecimento do pico faz a diferença. Foto: Robbo / ASP
No dia que entrou na história do esporte, o canal de Teahupoo estava repleto de espectadores incrédulos do que estavam presenciando. Foto: tim-mckenna.com / Surfline
A temporada teve um início ainda bem modesto no Hawaii e Califórnia, com fraca, ou praticamente nula incidência de grandes swells até agora, tornando ainda maior a expectativa para os próximos meses do inverno no hemisfério norte.
Porém, os aficionados por grandes ondulações não tem do que reclamar este ano. O seleto grupo de surfistas que dedicam suas vidas a perseguir swells mundo a fora, foi agraciado com um ano histórico, com ondas grandes e perfeitas quebrando com frequência nos quatro cantos do planeta.
PUNTA DE LOBOS – CHILE
A temporada de inverno no pacífico sul foi aberta com chave de ouro quando um grande swell encostou na costa chilena no final do mês de maio e, como a primeira etapa do circuito mundial de ondas grandes, o Big Wave World Tour (BWWT), encontrava-se em janela de espera, alguns dos maiores nomes da modalidade se dirigiram para a cidade de Pichilemu, onde o Quiksilver Cerimonial Punta Lobos foi realizado com as maiores e melhores condições da sua história.
Com séries que passaram dos 25 pés em Punta Lobos, o brasileiro Marcos Monteiro deu um show nas esquerdas mega geladas para se tornar o primeiro atleta tupiniquim a vencer uma etapa do BWWT, assumindo a ponta do ranking na corrida pelo título mundial da temporada.
“Já surfei várias temporadas no Chile, é uma onda que conheço bem. Segundo disseram os próprios locais, como o Ramon Navarro, nesse dia tivemos as melhores e maiores ondas de todos os anos do campeonato, e gracas à Deus consegui superar a todos e vencer a etapa”
– Marcos Monteiro.
CLOUDBREAK – FIJI
Logo em seguida, as boias de monitoramento indicavam que uma nova grande ondulação entraria na segunda-feira (11/06), na ilha de Tavarua, Fiji. Na terça-feira o mar subiu como o esperado, proporcionando séries de até 15 pés de ondas perfeitas, com água quente, cristalina e muito sol.
A elite do freesurf mundial marcou presença para aproveitar uma das melhores ondulações já vistas em Fiji. Nomes como Bruce Irons, Nathan Fletcher, Mark Healey, Reef McIntosh, Dave Wassel, Kohl Christensen, Alex Gray, Garrett McNamara, Dave Gudauskas e muitos outros encontraram-se no lineup de Cloudbreak para uma semana de ondas épicas.
Quem também não perdeu tempo e aproveitou o swell em Fiji foi Kelly Slater. O então dez vezes campeão mundial preferiu o surf relaxado nas ondas perfeitas e quentes do Pacífico e não compareceu a etapa do WT em Jeffreys Bay, na África do Sul. Kelly desculpou-se com os fãs, com a ASP e a patrocinadora do evento através de mensagens postadas em seu Twitter, onde também reverenciou a semana inesquecível que teve na ilha de Fiji.
“É incrível como metade das pessoas te incentivam a ir atrás do que você ama… já a outra metade… é… elas não devem estar atrás do que amam… Eu vi uma ondulação que só se vê uma vez na vida!” .
– Kelly Slater
PUERTO ESCONDIDO – MÉXICO
Após Fiji, foi a vez da América Central ser o centro das atrações com a temporada mexicana em Puerto Escondido.
Apesar de ter ficado abaixo das expectativas no que diz respeito a ondas grades, o beach break mais potente do planeta mostrou a sua força em meados de julho, quando séries de até 15 pés quebraram na praia de Zicatela, proporcionando um show de tubos e vacas absurdas bancada de areia mais sinistra do planeta.
Entre os cascas-grossas que encararam as morras de Puerto estavam os brasileiros Felipe Cesarano, Gabriel Pastori, Diego Silva e Cristiano Bins. Dieguinho, o mais jovem brasileiro no lineup, se destacou no campeonato promovido pelo local Carlos “Coco” Nogales.
“Por mais que não pareça, esse dia estava grande! A primeira que peguei foi uma fechadeira enorme. Logo depois, consegui fazer um tubo irado. O primeiro dia do campeonato foi o melhor e maior, tinha uns 18 pés. Na minha bateria fui o único a fazer um tubo”
– Diego Silva
PICO ALTO – PERU
Quando tudo parecia calmo e sem previsões de grandes swells no Pacífico Sul, uma bomba se formou e atingiu em cheio a costa peruana, onde a segunda etapa do BWWT, o Billabong Pico Alto Invitacional, encontrava-se no final da sua janela de espera.
Pico Alto, localizado em Punta Hermosa, na costa sul do Peru, recebeu alguns dos maiores nomes do big surf mundial para o evento, que rolou em séries que passaram dos 18 pés sólidos, fazendo o tradicional pico de ondas grandes sul-americano funcionar de forma exemplar.
Desta vez, o brasileiro que chegou junto foi Felipe Cesarano, que em sua segunda participação no tour mundial de ondas grandes, arrancou uma terceira colocação em Pico Alto.
“Surfo em Pico Alto desde moleque. E competir lá em um mar daquele, com alguns dos meus maiores ídolos, e ainda ficar em terceiro, foi um sonho”.
– Felipe Cesarano
TEAHUPOO – TAITI
Menos de 10 dias depois, Gordo estava em casa, no Rio, quando foi surpreendido por uma previsão assustadora e totalmente inesperada. Bem no meio da etapa do WT em Teahupoo, no Taiti, bastante criticada por ser realizada em uma época de poucas ondulações grandes na Polinésia Francesa, um swell histórico se formava no Pacífico e literalmente parou a comunidade mundial do surf.
Todas as atenções se voltaram para o Taiti, onde no sábado, 27 de agosto, foi visto o maior e mais bizarro espetáculo da história do surf, com ondas de mais de 25 pés na bancada mais perigosa do planeta, Teahupoo.
O californiano Nathan Fletcher, que surfou uma das ondas mais cabulosas do dia, estampou as capas de algumas das mais conceituadas revistas de surf do planeta, disse que após surfar aquela bomba, não havia se dado conta da magnitude de seu feito.
“Aquela parecia uma onda normal da série, e eu achava que todos estavam surfando ondas daquele nível. Só no dia seguinte, quando o Bruce Irons me enviou a foto da onda pelo celular, foi que me dei conta do que tinha acontecido”.
– Nathan Fletcher