No último grande swell em Pipeline, o Volcom Pipe Pro foi finalizado e os tubos – alguns dos melhores da temporada – foram liberados pra quem se habilitasse. O carioca Jerônimo Vargas, hoje sem um patrocinador principal, protagonizou a cena mais impressionante da sessão do fim de tarde, registrada em peso pelas lentes na praia. Muito se comentou sobre o sucesso do “tubo duplo” com o havaiano Koa Smith, mas pouco sobre o que realmente aconteceu na ocasião.
Jê estava mais atrás, claramente em prioridade para essa onda, e Koa Smith usou do seu crédito de quase local (ele é de Kauai) pra dropar na frente fingindo que nada aconteceu. O primeiro registro da onda veio em um vídeo da australiana Stab Mag, acompanhado de uma mensagem de Koa no final: “Quem quer que você seja, eu te compro uma cerveja”, dita com um sorriso sarcástico no rosto. Na sequência veio o post no Instagram do @koatree com as hashtags #sharingiscaring e #followmyline (algo como “compartilhar é cuidar” e “siga a minha linha”). @jeronimovargas respondeu num post direcionado a Koa, ironizando o fato da sua linha ter sido melhor do que a dele, o que resultou na remoção do post anterior.
É claro que não é a primeira e nem a última vez que a “carteirada” de local é usada no line up de Pipe, no entanto, ninguém nunca se saiu tão bem quanto Jê na frente de todas as câmeras da areia. Mesmo assim, duas semanas depois, a repercussão disso surtiu pouco efeito para ele na mídia internacional, para dizer o mínimo. A filmagem da Surfer Magazine fecha o vídeo de highlights do swell no maior site (e revista) de surf do mundo, no entanto só dá crédito a Koa Smith. A Stab Mag também usou a imagem no fechamento do seu vídeo da sessão e, no texto, só deu crédito a Koa. A onda nem sequer entrou no páreo do Wave of The Winter, do Surfline, como várias outras que entraram da mesma sessão. Só nos resta imaginar a repercussão que teria o feito caso o surfista em questão fosse havaiano. Alguma dúvida?