Poucos surfistas cariocas conhecem os diversos picos situados entre o Quebra-Mar e o Postinho, na Barra da Tijuca. Muitos até passam por ali com regularidade, mas sequer param para conferir as condições.
Com o mar pequeno, boas valinhas de direitas e esquerdas se formam em frente ao Hotel Tropical e do posto central do Grupamento de Guarda-Vidas do Corpo de Bombeiros, o “Salvamar”.
Mas é quando o swell de leste encaixa com potência que as esquerdas “caroças” mostram a cara por ali… Os tubos correm rápidos e “quadrados” pela rasa bancada de areia, tornando o pico extremamente atrativo e perigoso para a galera fissurada em condições diferenciadas de surf, como o local do Arpex Ian Cosenza, que no dia em que surfou esta craca fazia parceria no tow-in com o gaúcho Nelson Pinto.
“Lembro de ter chegado ao outside com o Nelsinho, Gordo, Paulinho e Dieguinho, e logo na primeira série que veio já deu para ver que a session seria boa. Antes de sair de casa tentei ligar para os fotógrafos Pedro Tojal, Henrique Pinguim e Beto Paes Leme, mas não consegui falar com nenhum deles. Foi só quando já estávamos na água que eu lembrei do Benoit Fournier. De cima do jet ligamos para ele. Meio sonolento, o cara disse que iria. Durante toda a sessão, esquerdas de seis a oito pés fizeram a cabeça da galera. Essa foi uma das melhores ondas que eu já peguei no Postinho… O Nelson me puxou e quando soltei a corda, por trás do triângulo vi que ela se tornaria um duble up bem seco! Botei pra dentro e, um pouco antes do momento mais deep, passei por um degrau que a prancha quase imbicou… Depois do susto fui expulso do tubo por uma baforada de arder a pele”
– Ian Cosenza