Sim, aconteceu de novo. Literalmente pela quinquagésima vez, Kelly Slater é campeão de mais uma etapa do WCT, sendo sua sexta em Trestles.
O último dia de Hurley Pro 2012 proporcionou a revanche de Adriano de Souza em cima de Gabriel Medina no Round 5, um desfecho mais que familiar com Slater no lugar mais alto do pódio, e uma lição: o surf de borda ainda tem seu lugar – pelo menos quando essa borda é de Joel Parkinson.
Minerinho, que havia perdido em confronto direto para Medina nas quartas de finais do USOpen of Surfing 2012, conseguiu sua revanche garantindo duas notas 9 logo no início de uma bateria prejudicada pela névoa em e condições estranhas Trestles. Ele passou por John John Florence nas quartas, em uma bateria de baixas pontuações, mas foi parado por Joel Parkinson na semi.
Parko, por sua vez, conseguiu chegar até a final do campeonato sem pontuar com um aéreo sequer. O aussie usou exatamente a mesma fórmula em cada onda surfada para receber algumas das maiores notas da competição. O famoso arco perfeito de Parko, seguido de mais algumas rasgadas e cutbacks, o garantiu diversas somas totais acima da casa dos 17 pontos, mas na final, o inesperado esperado aconteceu.
Para quem já está cansado deste cenário, é bom se conformar pois, pela superioridade que o 11x campeão mundial tem mostrado, ele ainda vai se repetir outras vezes. Kelly não só tem uma notável experiência maior que todos no Tour – só de Trestles, lá se vão quase três décadas! –, como surfa com uma combinação de serena tranquilidade com fome de título.
Fora d’água, o surfista mais vitorioso da história é intenso. Kelly fala sobre números, aparenta compenetração e parece estar sempre tramando algo para conseguir botar as mãos naquela taça da ASP mais uma vez.
Já dentro d’água, talvez por parte de sua estratégia estar sendo executada com perfeição, ele não parece ter peso algum sobre suas costas, como se não precisasse provar nada para ninguém, apenas surfando o quanto consegue e esperando por um resultado favorável. Essa tranquilidade se estende até a caminhada para o palanque, ao fim de uma vitoriosa bateria, e a interação com a mídia. Porém, no momento em que algo sai de seu controle, impedindo sua cautelosa estratégia de ser concretizada, a intensidade de Slater vem à tona novamente.
Foi assim quando os juízes o penalizaram com uma interferência sobre Julian Wilson no Round 4. Kelly saiu da água fumegando e foi diretamente procurar os responsáveis na sala dos juízes. No entanto, sua estratégia foi adaptada e, naquela mesma hora, no dia seguinte, Kelly já estava calminho novamente, com as mãos na taça e os olhos novamente no título mundial. Não é atoa que são 50 vitórias no Tour.
Clique e confira o topo da tabela do WCT após a sexta etapa, com cinco restantes: