Ainda é cedo para dizer e, com o nível altíssimo que estamos vendo no USOpen Of Surfing deste ano, você provavelmente tem suas dúvidas quanto à presunção do título desta matéria. Mas permita-me elaborar esta idéia:
Os Fatos
Entre os destaques do campeonato até agora, Dane Reynolds, assim como no Nike Lowers Pro, vem mostrando uma vontade de competir – não característica – que associada a sua performance inquestionável, se torna promissora; Julian Wilson acumulou algumas das maiores notas do evento e tem uma legião de fãs e tietes o fazendo se sentir como um rockstar em Huntington Beach, a fase e a confiança do cara são excelentes; Kelly Slater é o rei de Huntington Beach no momento e, mais importante que isso, está gostando, mostrando tranquilidade e bom humor. Características que já provaram servir como dica de que ele será perigoso nas fases finais; e é claro, a tempestade brasileira – ao todo 18 competidores – voltou a estragar as alegorias do carnaval dos gringos.
Nas oitavas de finais, temos 5 brasileiros confirmados – Filipe Toledo, Miguel Pupo, Jesse Mendes, Gabriel Medina e Adriano de Souza – e sendo todos cabeças de chave. Na respescagem, ainda temos Alex Ribeiro. As dobradinhas de brasileiros passando as baterias entre quatro surfistas, como Miguel Pupo/Filipinho e Medina/Alex Ribeiro roubaram a cena.
Gabriel Medina vem surfando as marolas de Huntington como ninguém e, merecidamente, conseguiu obter a melhor média do evento, dando sinais de que sua Kombi já está de portas abertas para o pessoal das últimas fases do evento entrar. Miguel Pupo protagonizou o show no Round 1 e superou Bede Durbidge, Jordy Smith e Filipe Toledo no Round 2. E Filipe avançou sua última bateria mesmo com a penalidade de uma interferência, que cortou sua segunda nota pela metade, mandando Tanner Gudauskas e Kai Otton desacreditados para a repescagem.
As premissas
O circo de Huntington Beach durante o USOpen é demais para o psicológico de Dane Reynolds e para o ego de Julian Wilson. Parecer “cool” e relaxado em meio a tantas atenções e acontecimentos envolve muitas distrações e exige bastante de uma pessoa. Isso provavelmente será um fato determinante neste campeonato.
Os brasileiros não estão preocupados em parecerem relaxados, eles irão se esforçar para tirar as quilhas daquela primeira sessão das marolas e depois quicar o quanto for preciso para encaixar no inside e soltar um aéreo rodando, já praticamente na areia, com um palmo de onda.
Com isso em mente, é muito provável termos um brasileiro no alto do pódio do USOpen esse ano. Mas qual deles?
Temo que a autoconfiança de Filipinho neste evento possa o trair e, como já vimos acontecer outras vezes, o talento do garoto seja interrompido precocemente no campeonato por algum equívoco – como a perigosa penalidade que ele levou no Round dos 24 –, porém, continua sendo o favorito absoluto na categoria Junior.
Gabriel Medina e a “tropa” são grandes promessas, mas na minha opinião, assim como todos os outros competidores, será superado por um surfista, em um quisito: vontade. Ninguém quer mais a vitória que Adriano de Souza. Ninguém? Não… por incrível que pareça, depois de 11 títulos mundiais e a vitória em 50 eventos – só no WCT! –, a vontade que Kelly Slater tem de vencer nunca esfria. Talvez por isso, Mineirinho e Kelly possam ser considerados os protagonistas da maior rivalidade no Tour hoje. Mineiro tem uma determinação incrível e sabe que, para ser o melhor, Kelly é o cara a ser superado.
A Conclusão
Toda a atenção e hype do USOpen criam uma pressão para a maioria, mas para Adriano e Kelly, são elementos que fazem com que a competitividade deles inflame ainda mais. Ali é o lugar, e é claro que eles estão prontos!
#BrazilianStorm.