PADANG 2.0: O swell do ano – Parte 1

O Swell do Ano

Há três semanas, você com certeza viu aqui na Layback o swell que Diogo d’Orey fotografou em Padang Padang, na Indonésia. No texto, Diogo ressaltou a raridade que é ver esta onda quebrando e que após seis meses de estadia em Bali, aquela era uma oportunidade única. Ironicamente, nos “finalmentes” da temporada por lá, Diogo presenciou algo mais raro ainda. Cinco dias de terral e um swell consistente que fez os tubos de Padang funcionarem como já não se via há pelo menos 4 anos. O resultado você vê agora: Padang 2.0. O material teve que ser dividido em duas partes e nesta primeira, os brasileiros se deram bem – nos primeiros dois dias do swell – com destaque para Caio Ibelli e Ítalo Ferreira – que, no momento, estão nas oitavas de final do World Junior, no Arpoador, e há duas semanas, participavam da etapa Balinesa. O paulista de Santos, Rodrigo Baby, foi outro destaque e protagonizou uma sequência incrível aqui na Layback. Na segunda parte da série, o swell só ganhou tamanho, portanto você não vai perder por esperar.


O mês de outubro é considerado o final da temporada Balinesa Bukitiana, pois é o mês em que começa a época das chuvas, do vento maral e dos swells inconsistentes na região.

Outubro é também o mês das despedidas, quando as novas e velhas amizades dão adeus e retornam para seus respectivos países. Para muitos, o fim de um sonho, em que ondas perfeitas, tubos e água quente não faltaram. Para outros, é um “até logo”, já que em maio do próximo ano começa tudo de novo.

No meu caso, foi um mês de surpresas, de apostas no desacreditado. Quando escutei de algumas pessoas que a temporada tinha acabado e que o melhor a se fazer seria ir para outra parte do planeta… não fui a lugar algum. Fiquei bem onde estava. E o que aconteceu nesses últimos cinco dias, eu juro que nem em um sonho esperava.

O que se viu foi um swell sólido e crescente, um dia melhor do que o outro. Com o terral soprando 24 horas por dia, a única coisa que variava era a maré, deixando a onda de Padang hora mais gorda, hora mais seca.

Nesses dias estavam presentes os remanescentes do World Pro Junior, Caio Ibelli e Ítalo Ferreira, o recém chegado Rodrigo Baby, que, além de ter pegado vários tubos perfeitos, no maior dia surfou uma monstruosidade esbranquiçada e espumada por de trás do pico, e quando todos esperavam pelo pior, Baby botou reto no drop e encaixou no maior e mais estranho tubo do swell, saindo segundos depois no meio do canal e sendo reverenciado pela galera na praia aos berros.

Alexandre Macabu, Rizal Tajung, Koki Gunung, Lee Wilson, Mustafá Jacksen, Mitch Coleborn, Blacky Agus Styawan, o fotógrafo Everton Luís – que se deu férias da fotografia para pegar alguns tubos – além de outros locais, fizeram a alegria de quem acompanhava os tubos da areia ou do cliff.

“Uma das ondas mais perfeitas do mundo. Tive a oportunidade de surfar lá durante os últimos três dias da minha trip na indonesia para o Oakley Pro Junior. Certamente uma das esquerdas mais perfeita que ja vi em toda minha vida. Estou muito amarradão! Estava na hora certa no lugar certo.”

– Caio Ibelli

Teve dias em que o canal entre Padang e Impossibles fechava na maré cheia. Barcos eram jogados no cliff, surfistas eram arrastados para o meio do mar, devido a forte correnteza. Ou seja, uma digna bomba de cinco dias para delírio daqueles sortudos que, de uma maneira ou de outra, ainda estavam por aqui.

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