O líder do ranking mundial Joel Parkinson foi um dos únicos quatro cabeças-de-chave a estrearem no O’Neill Coldwater Classic 2012 com vitória. “Parko surfou o melhor que eu já vi alguém surfar The Lane na minha vida. Ele está perfeitamente em forma e seu estilo encaixa em The Lane como uma luva.” – Skindog
A lenda de Santa Cruz, Ken “Skindog” Collins, além de famoso por ser um dos maiores talentos do surf vindos da região e fazer parte do grupo de desbravadores de Mavericks, uma das ondas mais perigosas do mundo, é conhecido também por ser bastante direto em suas declarações francas, que últimamente têm se direcionado ao WCT – quem não se lembra de seu manifesto contra a ASP no início do ano?
Sendo o experiente local de Steamer Lane que é, é certo que Skindog teria uma opinião sobre o que aconteceu no primeiro dia da etapa O’Neill Coldwater Classic 2012. Muitos se perguntaram como foi possível que de doze cabeças-de-chave, apenas quatro – sendo Parko, Taj, Medina e Jordy Smith – conseguiram se garantir no round 3 ao final do primeiro dia de campeonato.
“The Lane não é uma onda perfeita, mas é uma onda perfeita para mostrar quem consegue se adaptar no Tour. Eu vi 75% dos surfistas do tour usando as pranchas erradas, incluindo Kelly. Pessoalmente, eu gosto de assistir aos tops passando um pouco de dificuldade. Isso mostra que eles também são humanos e The Lane está expondo as fraquezas deles. Ao mesmo tempo, os surfistas mais polidos estão se sobressaindo.” – Ken ‘Skindog’ Collins
Conversamos com o cara sobre o que ele viu durante o Round 1 da penúltima etapa do WCT:
Layback: Quase todos os cabeças-de-chave caíram no Round 1 em The Lane. O que você acha que aconteceu de errado?
Skindog: O primeiro erro foi eles não terem chegado aqui cedo o suficiente. Eles precisavam de alguns dias de treino nessa onda para se acostumarem. The Lane tem seus macetes, e você consegue ver claramente quem está sendo afetado por isso. Eles são os melhores do mundo, mas ainda assim precisam parar para aprender a onda.
Ken ‘Skindog’ Collins surfando Steamer Lane. Foto: Erik Colasanti
Layback: Qual a parte mais difícil de surfar Steamer Lane em sua opinião?
Skindog: The Lane tem uma enorme mudança de marés, e isso muda muito a onda também. Os locais têm 2 ou 3 pranchinhas que eles estão sempre trocando aqui. Diferenças sutis em uma prancha, um pouco mais de propulsão por exemplo, pode ser exatamente o que você precisa.
Layback: Que medidas você acha que eles deveriam tomar para surfarem melhor lá?
Skindog: Os caras precisam se acalmar e esperar pelas sessões que vêm até eles. Uma vez que as primeiras sessões aparecem pra eles, o resto da onda irá ter seguimento. Eu vejo muitos deles tentando forçar a primeira manobra e acabam jogando fora o resto da onda toda.
Layback: O que você acha que aconteceu com Kelly especificamente? E como você acha que os locais Nat Young e Ratboy podem tirar vantagem da experiência deles em The Lane?
Skindog: A prancha do Kelly é muito pequena e sensível. E os locais saberão que ondas pegar e quais ondas NÃO pegar. [Lembrando que Kelly foi derrotado por Nat Young no round 1 e enfrentará Jason “Ratboy” Collins na repescagem. Vale lembrar também que Kelly declarou ter surfado uma única vez em Steamer Lane, em 1993, durante uma performance ruim que foi atribuida por ele mesmo à má escolha de equipamento.]
Layback: Quem o impressionou mais neste primeiro dia de competição e qual seria sua aposta para o campeão da etapa?
Skindog: Eu vi uma das melhores sessões já vistas em The Lane ontem. Jordy, Josh, Yadin e Wilko estavam quebrando tudo! Parko surfou o melhor que eu já vi alguém surfar The Lane na minha vida. Ele está perfeitamente em forma e seu estilo encaixa em The Lane como uma luva. Ele claramente tem o que é preciso para vencer aqui e o título mundial poderia ser decidido aqui em Santa Cruz. Mas eu realmente queria ver Slater correndo atrás do prejuízo para que este título seja decidido em Pipe. É sempre uma forma espetacular de finalizar o ano.
Layback: Qual sua opinião sobre a esquerda de The Lane – existe uma?
Skindog: Medina pegou uma esquerda e mandou um aéreo gigante. Ele mostrou ao campeonato que as esquerdas são uma oportunidade de extrapolar e chamar a atenção dos espectadores. Os caras irão conseguir fazer mais manobras na direita, mas a esquerda oferece uma sessão de aéreo animal. O público quer ver os goofy footers, especialmente Medina e Pupo, mandarem suas melhores manobras aéreas.
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